Nietzsche, o filósofo do “Mundo como Fábula”: Crítica do imaginário religioso a partir da dialética kantiana
DOI:
https://doi.org/10.71263/nr4r9q37Palavras-chave:
Friedrich Nietzsche, Filosofia, Religião, Imaginário, Dialética, RetóricaResumo
Este artigo parte do pressuposto de que, a partir de suas próprias análises “extemporâneas”, o filósofo alemão, Friedrich Nietzsche (1844-1900), para muitos ateu, por causa de sua sentença sobre a morte de Deus, em “Zaratustra”, e de seu livro intitulado “O anticristo”, ele, Nietzsche, era antes dialético, tomado aqui no sentido kantiano (transcendental), sentido esse que veremos neste artigo, do que um profeta do ateísmo religioso. Isso porque, dentro do próprio viés nietzschiano, o mundo se manifesta não como Verdade, mas como “fábula e representação”. Exatamente, aliás, como a representação que ele fazia de si mesmo de um filósofo anticristão, mas que, pelo contrário, em “aproximações” com sua obra, analisamos nele, imerso nesse propalado ateísmo, antes transcendental do que fatalista, determinista ou moralista, desde a menção aos deuses gregos Apolo e Dionísio, no Primeiro Nietzsche, até o balanço de sua vida, aos 44 anos de idade, com “Ecce homo” (1888). Concluímos, embasando-nos, sobretudo, na tríade conceitual citada acima (a de “Deus morto”, a de “anticristo” e, como que uma síntese de ambas, a representação “imaginária” transcendental), tripé esse que nos serve como alavanca metodológica, de que Nietzsche não era um ateu convicto ou definitivo, mas, trágica e dialeticamente falando, intuitivo (nos termos de Kant).
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