Do Império à derrota: a tragédia de Xerxes em Os Persas
DOI:
https://doi.org/10.71263/gnkwa196Palavras-chave:
tragédia grega, hybris, poder, ÉsquiloResumo
A tragédia Os Persas, de Ésquilo, representa um marco no teatro grego por abordar eventos históricos em vez de mitos, oferecendo reflexão ética e política sobre o poder. A peça narra a invasão persa à Grécia, centrando-se na figura de Xerxes e nas consequências de sua hybris — a transgressão dos limites humanos e divinos. O texto examina a construção dramática da obra, destacando a função do coro, que introduz o contexto e as expectativas do público, e do mensageiro, que relata o desastre militar, criando tensão progressiva. A análise poética evidencia o uso de epítetos, metáforas e imagens que simbolizam a grandiosidade do império e, simultaneamente, anunciam sua fragilidade. A hybris de Xerxes é apresentada como fator decisivo não apenas para sua queda individual, mas para a desestabilização coletiva do império persa, demonstrando a tensão entre ambição pessoal e responsabilidade social. O estudo reforça a distinção entre narrativa histórica e dramatização poética, conforme Aristóteles, ressaltando a capacidade da tragédia de explorar o universal a partir do particular. Conclui-se que Os Persas transcende o relato de uma derrota militar, oferecendo lições sobre limites do poder, liderança e consequências éticas, revelando como o erro de um governante pode repercutir em toda uma sociedade e permanecer como reflexão atemporal sobre a vulnerabilidade humana diante da ambição e do excesso.
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Referências
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