Fábula da abelhas ou tragédia dos comuns? Reflexões sobre egoísmo, moralidade e cooperação social
DOI:
https://doi.org/10.71263/kpwnap04Palabras clave:
Moralidade, Tribos Morais , Egoísmo, Cooperação social.Resumen
Este ensaio visa a refletir sobre a coerência filosófica do egoísmo ético se utilizando da fábula das abelhas de Mandeville como referência argumentativa para discutir a ideia de que a busca exclusiva pela maximização do auto interesse individual levaria a melhores resultados coletivos. Através da análise crítica dessa proposição, apresentamos como contraponto a esta teoria normativa, o argumento da tragédia dos comuns elaborada por diversos autores, onde demonstram que, em uma situação onde os recursos são escassos, se cada um privilegiar apenas o seu interesse, faria com que faltasse recursos para todos. O que geraria caos social, desmontando assim as principais premissas do egoísmo ético. Entretanto, seguindo as reflexões propostas por Joshua Greene, a moralidade surgiu na espécie humana justamente para pôr um freio no comportamento demasiadamente egoísta, o que permitiu que os seres humanos se juntassem em grupos e cooperassem uns com os outros, aumentando assim suas chances de sobrevivência. Entretanto, tais mecanismos biológicos que permitiram o desenvolvimento da moralidade teria como escopo a interação com um número limitado de pessoas, não sendo eficiente para com grupos maiores existentes na atualidade permitindo assim a existência de diversos grupos que competem entre si, colocando seus interesses e ganhos acima de qualquer cooperação, gerando mais caos social. Como solução a esse problema, propomos uma argumentação que realça o afastamento do egoísmo ético e se atente a formulação de normas institucionais mais justas e a qualidade moral dos indivíduos.
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